Nesta reportagem, você fica por dentro de quando chegaram os primeiros animais ao país, quem foram os primeiros importadores, ano de fundação da ABCIF e muito mais!
Que tal conferir um pouco da história do Ile de France no Brasil? A seguir, você confere o relato desta história, em ordem cronológica, baseada nas entrevistas concedidas por duas personalidades do meio: o Inspetor Técnico da ARCO e membro da diretoria da ABCIF, João Vasco Alves, e o criador da raça e titular da Cabanha Santa Teresinha, de Água Santa/RS, César Renaldo Kuze Nery Confira!
Existem alguns registros – mas que não é de muita certeza – que revelam que, em 1924, teria sido importado um lote de animais Ile de France para o município de Pedras Altas/RS. De acordo com Alves, quem importou foi o celebre político Assis Brasil. Contudo, as ovelhas da raça não tiveram um seguimento e acabaram diluídas na criação da propriedade, desaparecendo na sequência.
Já em maio de 1973, os irmãos César e Décio Jacques César, de Vacaria/RS, que, na época, eram criadores de Charolês, fizeram uma visita em propriedades da França para examinar um touro que havia sido Grande Campeão em Paris. Na ocasião, acabaram se deparando com ovelhas da raça Ile de France e ficaram impressionados pelo volume e a beleza dos animais. Um ovino bonito e com nítida aptidão para a produção de carne.
Assim, os visionários irmãos resolveram trazer um lote de animais Ile de France ao Brasil – que chegou de navio em novembro daquele mesmo ano -, dando início a criação da Cabanha César para produção de animais da raça de alta genética. No ano seguinte, em 1974, Nery lembra que a Cabanha César levou alguns dos animais importados para a Expointer, em Esteio/RS. Na ocasião,” as ovelhas chamaram atenção pelo tamanho e peso”.
“Evidente que uma raça de um porte muito volumoso, portadora de uma qualidade de produção de carne precoce, fértil, adaptável em várias localidades do país teve uma aceitação espetacular. Pessoal começou a tomar conhecimento e a cada ano que passava, aumentava cada vez mais o número de novos criadores”, acrescenta João Vasco Alves.
César Renaldo Kuze Nery conta que, a partir das importações, a raça Ile de France começou a se fortalecer no país. Contudo, segundo ele, houve resistência por partes de alguns criadores, que acreditavam que a inserção dos novos animais no plantel brasileiro poderia estragar a lã. Mas Nery cita que logo eles começaram a perceber que só traria benefícios para o plantel do Brasil.
Anos 80
Em 1980, houve a terceira importação de animais, considerada a mais importante de todas pelo número de animais que vieram nessa época, conta o Inspetor Técnico da ARCO. Foram 15 importadores do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, que trouxeram 32 machos e 60 fêmeas. “Essa importação foi importantíssima, porque ocorreu a disparada para o Ile de France no criatório brasileiro, em vários estados e daí em diante numa mais parou, até os dias de hoje aparecem novos criadores”, cita Alves.
Um ano depois, em 1981, foi criada a ABCIF – Associação Brasileira de Criadores Ile de France, pelo, então, presidente Dr. João Carlos Judice e o vice Oscar Calefe. De acordo com a o inspetor técnico da ARCO, eles resolveram fundar a entidade, inclusive, aprovando os estatutos em Assembleia Geral para ordenar os criadores, porque já era um número muito grande, para que não começassem a criar fora do padrão racial. “Criou-se, então, o departamento técnico, começaram as palestras, os Dias de Campo, a apresentação de animais importantes, falando sobre as suas aptidões e foi assim cada vez mais expandindo o Ile de France nos anos 80 e 90”.
Logo veio o auge da criação nacional de Ile de France no Brasil, datado entre os anos de 1986 a 1988. Nery lembra que neste período 313 animais foram levados para a Expointer, houve registro de venda por valores altos. “Teve carneiro saindo por 20 mil dólares e até quem não era criador comprava para usar no rebanho geral”.
A quarta importação – de cerca de 50 carneiros – foi feita pelo frigorifico Bordon, em 1992. Esses animais foram leiloados no Parque do Sindicato Rural de Bagé/RS. “Depois, a partir de 1990, a raça passou por uma fase de baixa de preços e animais. Mas, felizmente, a criação brasileira da raça voltou a se fortalecer a partir de 2000. Animais bem premiados eram bem vendidos”.
Finalmente, a última importação registrada na história da raça no Brasil ocorreu entre os anos 2015 e 2016, quando já não era mais permitido trazer animais ao pé. Assim, foram importados embriões e sêmens da Estação Verdilly Oson, através da ABCIF.
Como resultado, houve uma nova adição de genética no rebanho nacional, para oxigenar as linhagens já existentes no país, dando um impulso à criação. “De lá pra cá, a raça se fortaleceu, se espalhando por todo território brasileiro, com novos criadores todos os anos entraram para a raça”, finaliza João Vasco Alves.
Instagram: @abcif_iledefrance | Facebook: CarnedeIledeFrance
Por Natália de Oliveira/Assessoria de Imprensa Agrovenki
Crédito da foto: Divulgação/OSON
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